Esse verão recebemos algumas personalidades do mundo desportivo, do meio artístico e cinéfilo mundial.
Eusébio da Silva Ferreira o mais importante jogador Português de futebol de todos os tempos, melhor jogador e marcador do Campeonato do Mundo de mil novecentos e sessenta e seis, realizado na Inglaterra em que Portugal treinado por um Brasileiro Otto Glória, se classificou em terceiro lugar, duas vezes Campeão Europeu de clubes pelo Benfica de Lisboa e atual Embaixador Vitalício da Seleção Portuguesa.
Costa Gravas um dos mais importantes e atuais realizadores de cinema da sua geração.
O Espanhol e mais mediático realizador de cinema Pedro Almodóvar.
O vencedor do Oscar e ator Espanhol Javier Bardem.
Quem nos dava a honra e apresentava a nossa culinária a tão ilustres personalidades, chama-se “Caetano Veloso”.
Caetano sempre que vinha a Salvador, passava pelo Rio Vermelho, para degustar alguns pratos da nossa culinária e beber o suco de Jambo, acompanhado de alguns amigos e da sua mulher Paula Lavigne.
Sempre discreto, ficava na parte de baixo da casa, na área externa ou então junto á amendoeira.
Avesso a fleches queria tranqüilidade e sossego, os garçons estavam habituados com a freqüência da casa e sabiam sempre como proceder nas situações mais delicadas.
Certa noite Caetano apareceu para jantar. O Maitre chamou-me eu estava no escritório.
- Sr. Ricardo, Caetano está na casa e quer falar consigo, subi as escadas, Caetano estava junto á árvore sagrada da casa com umas seis pessoas, reparei que alguém que o acompanhava me chamava à atenção. Quem era, eu conhecia aquele individuo, era estrangeiro e estava vestido com calças jeans e camisa azul.
A noite estava soberba, o ar circulava pelas flores e plantas que decoravam o restaurante, o céu estava claro e especialmente estrelado, as luzes em volta da amendoeira davam um ar de penumbra iluminada, Caetano explicava em inglês o que era o restaurante e que tipo de culinária se fazia ali, o indivíduo abanava ligeiramente a cabeça como que concordando com o que estava ouvindo, esperei que a conversa acabasse, estendi a mão cumprimentei-o, Ricardo queríamos jantar aqui perto da amendoeira podes colocar umas mesas, o restaurante estava cheio, ouvi uns cochichos, clientes olhavam para nós, não havia mesas junto á Amendoeira para jantar, servia de área de espera, mas Caetano solicitou queria um pouco de privacidade com os seus convidados.
Chamei o Maitre meu xará e colocamos os lugares para todos se sentarem confortavelmente.
Após alguns minutos lembrei-me quem seria aquele individuo.
O ator Norte Americano “Matt Dilon”. Não queria acreditar que Matt Dilon estava em Salvador e logo ali no Paraíso Tropical.
Chamei os garçons e recomendei que só um, os servisse para evitar incômodos e que evitassem que alguém se aproximasse, para tirar fotos.
O jantar decorreu otimamente bem e prolongou-se por bastante tempo.
Estavam no restaurante dois jornalistas da Folha de São Paulo, que assim que Caetano chegou, chamaram-me para confirmar quem era o homem vestido de camisa azul.
No final da refeição pedi a Caetano, se podia tirar umas fotos com ele e Matt Dilon, disse que sim, mas só com uma condição, que eu não publicasse as fotos em nenhum órgão de comunicação social, já que Matt tinha pedido a maior descrição na sua passagem por Salvador.
Dia seguinte pela manhã comecei a receber várias chamadas telefônicas, tanto para o meu aparelho móvel, como para o restaurante, questionando se eu me importava de entregar as fotos para publicação em algumas revistas de âmbito nacional.
Confirmei que possuía as fotos, mas por motivos de compromisso e de palavra com Caetano Veloso, não poderia fazê-lo.
As fotos ficaram expostas junto ás outras no nosso painel de clientes ilustres que visitavam o nosso templo gastronômico.