A freqüência do restaurante e de nomes sonantes mantinha-se quase que diariamente e sempre que viessem a Salvador, Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata, Rita Lee, Zélia Duncan, Chico Cesar, Marcos Paulo, Milton Nascimento, Paulo Jobim, Paulo Braga, Carlinhos Brown, Adriana Esteves, Elba Ramalho, Lulu Santos, Taís Araujo, Lázaro Ramos, Wagner Moura, José Carlos Aleluia, ACM Neto, Caio Blatt, Eliana e muitos outros que prestigiavam a nossa culinária e o nosso espaço com a sua estimada e dignificante presença.
Aproximava-se a festa do Rio Vermelho estruturei e preparei um enorme evento que se realizaria no dia dois de Fevereiro.
Arranjei alguns patrocinadores de peso, Dinners Club, Martha Paiva, Chandon, Hagen Daas e outros tantos.
O sempre amigo Bel Borba criou uns azulejos, dez para serem sorteados. “Com o apoio do Dinners Club e da Redecard, construímos um palco de madeira para o evento, onde cantaria a artista ‘Mariene de Castro”, chamamos de São Paulo a modelo baiana negra “Rojane Fradique” que vestiu uma peça propositadamente criada pela grife “Martha Paiva” e que simbolizaria a nossa Yemanjá.
A feijoada estava montada.
Por volta do meio dia começamos a servir os nossos convidados que iam chegando pouco a pouco. Por volta das três da tarde, não cabia mais ninguém dentro do nosso espaço, estávamos com dificuldades, para limitar a entrada de algumas pessoas, que não tinham camiseta, mas que eram conhecidos ou amigos.
Não pensamos que ficasse tão cheio.
Eu tinha combinado com os garçons que o Espumante e o Sorvete seriam servidos ao mesmo tempo, a partir de meio do show da Mariene de Castro, antes servir-se-ia o costume em todas as festas.
O sorteio dos azulejos de Bel foi feito, chamado ao palco, tive de dizer algumas palavras, perante todos os convidados, agradecendo o apoio de todos os patrocinadores.
A festa estava super animada, já se comentava que há imenso tempo não havia algo parecido.
Tinha ido ao aeroporto durante a manhã, buscar Rojane Fradique, que estava hospedada no Hotel Pestana.
Rojane entrou, desceu as escadas, vestida de longo azul, estava deslumbrante a nossa Yemanjá negra e Baiana.
Os jornalistas presentes aproveitaram o momento para tirar as fotos todas.
Por volta das cinco e meia da tarde, começou o Show de Mariene de Castro, Mariene tem uma voz maravilhosa e o seu repertório baseia-se nos sambas de roda do recôncavo baiano.
No palco ela cresce imenso, parece que tem o dobro da altura, é realmente uma sensação de energia coletiva que esta artista baiana transmite nos seus shows.
Naquele dia ela estava com um vestido branco, rodado e todo bordado, criado pelos estilistas Soudam & Kavesky, nos braços várias pulseiras.
Desceu a escada cantando no meio das pessoas, com o seu sorriso de menina môça do recôncavo baiano.
Era casada com Jota Velloso (sempre carinhoso amigo), sobrinho de Caetano e de Bethânia, cantor, compositor e poeta de Santo Amaro.
Mariene tomou conta do ambiente, ninguém ficava parado, a voz dela é elevada, canta gesticulando, fazia lembrar-me um pouco a falecida Clara Nunes, estavam vários artistas presentes, assistindo ao show e participando da festa, lembro-me do meu amigo, ”Altay Veloso” que veio propositadamente do Rio de Janeiro, (grande compositor brasileiro que compôs a primeira opera negra da história musical do Brasil Alabê de Jerusalém, e que tive a honra de ser convidado para a pré-estréia no Canecão).
Estavam todos os presentes homenageando-me, até tinha vindo Ivan Trilha e a Presidente do Banco Rural Kátia Rabello.
Começaram a servir o espumante brut e rosê juntamente com o sorvete, que chique...
Mariene de Castro descia ás vezes do palco e sambava com os convidados, todos tentavam acompanhar o seu ritmo, havia duas pessoas especialmente animadas naquele momento, dancavam lindamente, a sobrinha Carla e a tia Denise. A festa terminou lá pelas onze horas da noite, lembro-me que ainda fomos para casa de Filomena Moura.