terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Vigésima Quinta Dose de Pílulas do Livro...

- Ricardo precisava da tua ajuda, queria organizar um desfile de moda, com alguns modelos para apresentação á imprensa especializada da minha coleção.
- Em que moldes? Perguntei. Quem fará a produção?
Carla já tinha tudo pensado.
O desfile foi um sucesso.
Pelas escadas foi montado todo um aparato estético/decorativo que resultou para a nova designer de acessórios de moda, numa noite triunfante.
Os seus colares e pulseiras seriam escolhidos pelos estilistas Soudam & Kaveski para desfilarem na passarela no Barra Fashion desse ano.

Eu refletia... Naquela casa, naquele espaço, tudo seria possível de acontecer. Não era um simples lugar de gastronomia.
Local de encontro de gentes, de prosas, de cultura, de artes visuais, de moda, de músicos e de música... Das mais variadas expressões artísticas.

Ed Motta é um apaixonado pela enólogia e gastronomia para além de músico de excelente qualidade.
Adorava sentar-se para almoçar na companhia da sua Edna e experimentar alguns pratos da nossa culinária.
Troquei com ele alguns conhecimentos sobre gastronomia portuguesa e enologia de Portugal.
Perdiamos-nos pelas tardes de Salvador, sentados, em longas conversas sobre nomes de vinhos, castas e anos de fabricação...
Exímio conhecedor de bons vinhos Portugueses e não só, confidenciou-me que tem um grupo no Rio de Janeiro, que se encontram periodicamente para tomar vinhos escolhidos a dedo.
Em Lisboa para onde vai todos os anos, conheceu uns patrícios, de quem se tornou amigo, que são proprietários de um restaurante num bairro que se chama Benfica, que dão a conhecer, algumas relíquias da culinária Portuguesa, Acorda de Marisco, Pataniscas de Bacalhau com Arroz de Grelos, Bacalhau á Lagareiro, Cabrito Assado no Forno com Batatas ao Murro, regados com bons vinhos tintos e brancos lá da terrinha; os seus olhos ficavam ainda mais regalados e abertos quando falava da culinária e dos vinhos que partilhava com os seus amigos de Portugal.

Clientes de várias nacionalidades freqüentavam o restaurante, principalmente Portuguesa vinham indicados pelo Hotel Pestana que ficava sito no Rio Vermelho, próximo ao Restaurante.
Perguntavam por mim aos colaboradores, queríamos falar com o Ricardo Alves, eu aparecia e por vezes fazíamos amizade.

Carlos Vasconcelos de seu nome, Português de Coimbra a capital do fado de capa e batina, o fado dos estudantes universitários, tornou-se meu amigo.
Passava por Salvador em negócios e viajava para outras capitais Brasileiras.
Mesmo que só ficasse um dia em Salvador, nunca deixava de me visitar e isso me honrava muito.
Adorava conversar, contar histórias e saber novidades. Era sedento por informação.
Homem de negócios, engenheiro agrônomo de formação, vinha ao Brasil visitar as suas fazendas um pouco espalhadas por este imenso e grandioso país.
Adorava falar da sua Coimbra, dos seus encantos, da sua rica e imensa história.
Dissertava sobre a medieval imponência da Sé Velha, dos traços Manuelinos existentes na Igreja do Mosteiro de Santa Cruz, das memórias árabes, cristãs e judaicas de séculos, que Fernando Martins de Bulhões (Santo António) – viveu em Coimbra na hoje igreja de Santo António dos Olivais, da Universidade de Coimbra fundada pelo Rei D. Diniz em mil duzentos e noventa, da Biblioteca Joanina em estilo barroco, construída no Reinado de D.João V, uma série de conhecimentos e informações sobre a cidade onde tinha nascido e crescido...

Um comentário:

  1. Ricardo, sinceramente a sua narrativa surpreende-me cada vez mais. Viajo em cada frase escrita por você e espero sinceramente pelo dia da publicação do seu Livro...Você é uma surpresa a cada palavra. A Bahia tem mais um escritor. Vá em frente pq tem aqui um seguidor. Parabenizo a sua pessoa

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